Saberes e Fazeres Indígenas : Tabajaras/ Piripiri/ PI/ Brasil

Agostinho Junior Holanda Coe é Professor Associado do Centro de Ciências Humanas e Letras/Departamento de História/UFPI e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia/UFPI. No
contexto da pandemia da COVID-19 em 2020, nas suas incursões por novas descobertas e sentidos para a vida, deparou-se com a oportunidade de conhecer os Povos Tabajaras de Piripiri, a partir do Projeto de Extensão Saberes e Fazeres Afro-indígenas no Piauí. Completamente seduzido pelas histórias de lutas e resistências dos Tabajaras, conectouse com as matas, os encantados e os ancestrais indígenas, de forma que já não consegue passar muito tempo distante dos seus parentes de Piripiri/PI. Hoje coordena o Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão com Povos e Comunidades Tradicionais – “PIAUÍAFROINDÍGENA”, voltando todas as suas experiências de pesquisa para estabelecer confluências com comunidades indígenas, comunidades quilombolas, povos de terreiro, dentre outras possibilidades de conexões ancestrais.

Maria Auxiliadora do Nascimento Oliveira, é indígena da etnia Ypy e atual Presidenta da Associação da Comunidade Indígena Organizada Canto da Várzea/Piripiri/PI. Como liderança feminina, vem rompendo barreiras sobre a importância do protagonismo das mulheres nos movimentos indígenas do Piauí e do Brasil, fazendo ecoar a história dos Tabajaras de Piripiri em eventos nacionais e internacionais. Grande defensora da preservação das matas e das florestas piauienses, como lugar dos encantados e ancestrais indígenas, vem se destacando como uma das maiores lideranças dos Tabajaras Ypy, sendo sempre convidada para dar seu testemunho de luta e resistência ancestral, como uma missão herdada de várias gerações de parentes que já habitavam o território do Piauí.

Vitorino Leite de Sousa, mais conhecido como Pajé Vitor, pertence à etnia Tabajara Ypy, reside no Canto da Várzea, em Piripiri/PI, há mais de 20 anos. Pajé, Pai de Santo, Curandeiro e especialista em medicina indígena, dedica sua vida à preservação dos saberes tradicionais, à luta pelos direitos dos povos originários e à promoção da saúde e educação indígena no Estado do Piauí. Sempre valorizou e compartilhou os saberes ancestrais sobre as ervas medicinais e as matas, que para ele representa um verdadeiro patrimônio de cura e resistência do povo Tabajara. Dedica sua vida para dar visibilidade às curas indígenas, a conscientização sobre a importância da preservação das matas e florestas, a valorização das práticas de saúde indígena e das tradições dos povos originários, que carregam uma sabedoria indispensável para o retorno do equilíbrio/conexão entre o homem e a natureza.